Novo álbum traz elementos do início da carreira; “Silvery Sometimes” e “Travels” são os grandes hits
Você já viu alguém desaprender a andar de bicicleta? Dificilmente você verá pessoas que andaram a vida toda dizendo que esqueceram e com algumas bandas de Rock a história é bem parecida. O “Smashing Pumpkins” é um bom exemplo disso, pois após alguns anos sem praticar os acordes e pisar nos palcos, mostram que continuam mais preparadas do que nunca com “Shiny and Oh So Bright, Vol. 1 / LP: No Past. No Future. No Sun (2018)”. O novo álbum do grupo (que ficou conhecido nos anos de 1990 pela irreverência, presença de palco e clipes marcantes na MTV), traz todos os elementos já conhecidos nos trabalhos da banda e o melhor, dividido em duas partes, já que em breve o grupo poderá lançar o segundo volume desse novo disco.
Abrindo com certo saudosismo, o grupo traz em “Shiny and Oh So Bright, Vol. 1 / LP: No Past. No Future. No Sun (2018)” a faixa “Knights Of Malta”, uma mistura de corais com a inconfundível voz de Billy Corgan em perfeita sintonia com o refrão. A música traz em certos momentos a impressão de já ser conhecida, mas mesmo não sendo de álbuns famosos como “Adore (1998)”, mostra que o grupo não perdeu o caminho musical. “Woah-woah-woah-woah-woah, woah. Nós vamos fazer isso acontecer. Woah-woah-woah-woah-woah, woah. Eu vou voar para sempre. Woah-woah-woah-woah-woah, woah. Nós vamos montar o arco-íris”. Em seguida a canção “Silvery Sometimes” nos transporta para o período em que o Pumpkins agitava os fãs de Rock com a fantástica canção 1979 do álbum “Mellon Collie And The Infinite Sadness (1995)”. A música tem batidas bem próximas e por alguns instantes parece ser a segunda versão de 1979.
Em “Travels”, terceira faixa de “Shiny and Oh So Bright, Vol. 1 / LP: No Past. No Future. No Sun (2018)”, o grupo retorna mais uma vez aos sons tradicionais da banda como em “The Machines Of God (2000), um dos destacáveis discos da banda. A letra é bem suave. “Veja amor, veja o tempo. Veja a morte, veja a vida. Veja lágrimas, veja brilhante. Veja o dia da noite. Veja uma pausa, veja o túmulo. Veja a respiração, veja a lua. Veja o sol, veja as estrelas”. Dando sequência, o grupo traz a canção “Solara”, uma das primeiras faixas apresentadas do novo trabalho para a mídia e público com o mesmo estilo de som. Já na música “Alienation”, o grupo mostra que fez o trabalho de casa muito bem. A letra e a batida são incríveis. “Alienação, oh. Para cada um de vocês. Há um trilhão de estrelas. Como sem verdadeiros arrependimentos. A verdade é apedrejada pela mudança”.
“Shiny and Oh So Bright, Vol. 1 / LP: No Past. No Future. No Sun (2018)” continua com as estonteantes “Marchin’ On”, “With Sympathy” que traz um refrão bem empolgante e um vocal impecável de Billy Corgan. “Eu já vi o suficiente, tudo está desfeito. É o segredo do irlandês. Fraco faz forte. E forte faz fraco. Oh serafim vem. Oh seraphim do come. Pelo amor da hera. Vamos amar, oh vamos amar”. Para selar com chave de ouro, o Smashing Pumpkins fecha o novo álbum com “Seek And You Shall Destroy”, trazendo baterias e guitarras bem ao estilo “Gish (1991)”, um dos álbuns mais vendidos do grupo nos anos de 1990. No entanto, sem o peso do Rock com eletrônico, mas com batidas do genuíno e bem feito Rock de Arena.
Avaliação
Das faixas que mais gostei de “Shiny and Oh So Bright, Vol. 1 / LP: No Past. No Future. No Sun (2018)”, indico: “Knights Of Malta”, “Silvery Sometimes”, “Travels”, “Alienation”, “With Sympathy” e “Seek And You Shall Destroy”. Com certeza não é o melhor álbum do Smashing Pumpkins que ficou tão conhecido com os álbuns: “Gish (1991)”, “Siamese Dream (1993)”, “Pisces Iscariot (1994)” e “Mellon Collie And The Infinite Sadness (1995)”, mas mostra que o grupo não perdeu o “feeling” em relação ao mercado musical que não é mais medido por “vendas de álbuns”, mas sim pelo acesso nas plataformas digitais. São novos tempos, mas com a mesma pegada de sempre o Smashing Pumpkins deixa claro que ainda é possivel agradar os fãs que acreditam no potencial do bom e velho Rock And Roll. “Shiny and Oh So Bright, Vol. 1 / LP: No Past. No Future. No Sun (2018)” está disponível no formato fisico CD/vinil @deezerbr e também no Spotify.
Até a próxima Crítica Musical.
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