Filme: Nasce Uma Estrela
Gênero: Drama, romance
Diretor: Bradley Cooper
Trailer: https://youtu.be/WGsA2aXYBGo
Eu estava tão ansioso para a estreia de “Nasce uma Estrela” que foi Lady Gaga, a grande estrela do filme, cantar a primeira música no palco de uma boate de drag queens no inicinho do longa pra eu já cair no choro. Na verdade, eu só acompanhei o personagem de Bradley Cooper, que, naquele momento, vê sua amada pela primeira vez e se emociona com tamanho poder de voz ao vê-la cantar o clássico francês “La Vie en Rose”, imortalizado por Édith Piaf. Eu, que estava diante de uma história que chega aos cinemas pela quarta vez, sabia que iria me envolver com a narrativa poética e musical. O que não sabia é que iria ser tanto, de uma forma tão avassaladora!
O cinema te toca de forma particular, não é mesmo? Talvez, por estar vivendo algo intenso na minha vida, neste exato momento, entrei na sessão já carregado de sentimento, e aquela melancolia me acompanhou a cada cena. E isso é fascinante! Porque, às vezes, eu ficarei tocado muito mais do que você, espectador, ou vice-versa. É essa magia que encanta. O que importa é que uma produção bem-feita tem muitos caminhos a percorrer e inúmeros corações para acertar.
Mas vamos ao que interessa. “Nasce uma Estrela” é a estreia de Cooper como diretor, que ainda assume o papel de Jackson Maine, um astro da música viciado em álcool e drogas, cuja carreira começa a desmoronar e, por causa disso, está prestes a cair no esquecimento. Já Lady Gaga, linda e de cara limpa, interpreta Ally, uma garçonete de personalidade forte e cantora desesperançosa que está sempre buscando uma grande chance. Ela encontra essa oportunidade da maneira mais bela possível, ao lado de um grande amor, que acredita em seu potencial e a coloca no palco para cantar ao lado dele para que, assim, o mundo possa conhecer aquele enorme talento. Duas histórias de vida completamente contrárias ligadas pelo amor: enquanto um desmorona e desce para o abismo do vício e da decadência, a outra emerge para a fama e sobe os degraus do sucesso, percorrendo o caminho da glória de forma extraordinária.
Falando assim, parece até meio clichê, né? Você já imagina onde vamos chegar com esse roteiro… mas alguns detalhes deixam a história incrível. Preste atenção nas letras das canções. São comoventes, envolventes. Lady Gaga empresta sua voz grave e seus tons agudos de forma visceral, ao vivo nas cenas, passando verdade ao espectador. Fora a atuação dela que está digna de Oscar – vamos aguardar e torcer! E Cooper também está surreal. Quem diria ele se tornaria uma grande voz do country. Suas cenas melódicas como cantor renomado, do Arizona para o mundo, estão totalmente críveis. Os dois se mostram totais multiartistas: ele ainda tem tempo de mostrar poder na guitarra, e ela, como em seus shows como diva pop, no piano. É realmente impressionante!
A direção de Cooper também está impecável. Ao lado do diretor de fotografia Matthew Libatique, indicado ao Oscar pelo trabalho em “Cisne Negro”, ele entrega um filme visceral, cheio de personalidade, em que cores e amores brotam acertadamente como flores!
Com as letras das canções e as vozes marcantes dos dois que ainda insistem em martelar na minha cabeça, continuo impactado com o longa. Talvez mais ou menos que você, é claro! Em uma parte do filme, Jackson dá um conselho para Ally que tanto eu como você, por mais que possamos interpretar de forma diferente, vamos levar pra vida: “Se não vier do fundo da sua alma, não vai fazer sentido e, com certeza, não vai durar”. É a mais pura verdade, Jack! Levarei isso escrito num pingente e deixarei o cordão bater no coração. Quem sabe assim não aprendo e lembro que quanto mais amor, maior a ligação; quanto mais alma, mais emoção. Que filme pra mim, pra você, uma grande lição!
“Luiz, Câmera, Ação” é publicada neste espaço toda sexta-feira