A Lei Brasileira de Inclusão de Pessoas com Deficiência determina que elas têm direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. Quando o assunto em pauta é acessibilidade, o mais comum é pensar em rampas e espaços reservados, mas a discussão não se limita a questões físicas. Para garantir o acesso das pessoas com deficiência ao conteúdo oferecido, diferentes iniciativas estão em prática em alguns espaços culturais de Belo Horizonte.
Patrocinados pelo Instituto Unimed-BH, que há 15 anos desenvolve ações para levar cultura às pessoas e estimular o bem-estar e a qualidade de vida, o Cine Theatro Brasil e o Espaço do Conhecimento UFMG disponibilizam conteúdos e ferramentas que proporcionam um formato inclusivo para todos. “Nós optamos pela excelência artística e pela acessibilidade, democratizando a cultura. Isso permite a formação de novos públicos, a reafirmação de direitos e a promoção da cidadania, favorecendo também a apropriação do patrimônio cultural, dando resultados para a sociedade”, afirma o coordenador de Cultura do Cine Theatro Brasil, Cleidisson Dornelas. O local passou a oferecer neste ano, em todos os espetáculos próprios, pelo menos uma sessão em libras e audiodescrição, e as exposições contam também com informações em braile.
A atenção aos mais diversos públicos também direciona iniciativas de promoção do acesso no Espaço do Conhecimento UFMG, que integra o Circuito Liberdade. Sua programação conta com o “Sábado com libras”, projeto que reúne pessoas que estudam ou são fluentes na Língua Brasileira de Sinais (Libras). O museu realiza oficinas mensais em libras, de temas como teatro, astronomia, desenho e música, e desde 2017, a própria comunidade surda pode oferecer atividades no Espaço. Além disso, são realizadas sessões mensais de observação noturna voltadas para pessoas com deficiência auditiva. “É muito importante, também, vencer barreiras atitudinais, lembrando que o acolhimento é um dos primeiros passos para a inclusão. Pensando nisso, desenvolvemos uma cartilha com o objetivo de orientar nossos funcionários e mediadores sobre a melhor forma de atender a todos os públicos, pois cada um tem uma limitação diferente. A pessoa surda, por exemplo, muda sua relação com os espaços ao ver a possibilidade de se comunicar na sua própria língua, a libras”, explica Bárbara Paglioto, assessora do Núcleo de Ações Educativas, Acessibilidade e Pesquisa de Público do Espaço do Conhecimento.
Ambos espaços culturais estão, ainda, adaptados para receber todos os públicos e, com essas iniciativas, ampliam as possibilidades de difusão da cultura. “A atuação da Unimed-BH na região vai além do atendimento em saúde. Somos uma Cooperativa com vocação para o cuidado: dos nossos clientes, cooperados, colaboradores, parceiros e da comunidade e, por meio do Instituto Unimed-BH incentivamos projetos sociais locais e levamos mais cultura para toda a população. O apoio a iniciativas que facilitam o acesso de todos é um orgulho e está alinhado aos nossos valores”, afirma Maria das Mercês Quintão Fróes, diretora de Relacionamento Institucional do Instituto Unimed-BH.