Desembarcou no último dia 07 de janeiro e vai até 04 de fevereiro o Verão Arte Contemporânea, realizado lado ao lado com a classe artística, o festival terá cerca de 30 atrações, e acontece em 17 espaços culturais de BH, além de uma apresentação em Ibirité e Contagem.
Serão 29 dias de teatro, dança, artes visuais, gastronomia, arquitetura, cinema, literatura, música, moda, trazendo entre as novidades da programação a inserção do M.A.R.P – Movimento de Arte e Reflexão Política dentro do Festival. Idealizado e realizado pelo Grupo OficcinaMultimédia (GOM), que em 2017 completou 40 anos de trajetória, o evento reafirma seu compromisso de incentivar a pesquisa e a experimentação nas artes, valorizando a criação artística local e trazendo novidades a cada edição. Com boa parte de sua programação a preços populares e algumas atrações possuem entrada gratuita.
Outra novidade trazida nesta edição, é que o VAC 2018 inaugura uma instalação em espaço aberto como um “tableau vivant” recriando o quadro impressionista “O Almoço sobre a relva” de Edouard Manet. “O formato da instalação é de um ateliê para modelo ao vivo a partir das recriações do quadro. O evento quer reiterar o espaço do nu na arte, que escandalizou críticos e público em 1863 e ainda hoje vem sendo questionado”, conta Jonnatha Horta Fortes do GOM. Segundo ele, a proposta deste ateliê, compreende a presença de artistas que poderão pintar as recriações ao vivo da obra de Edouard Manet. O “Almoço Sobre a Relva” será realizado nos jardins do Teatro Francisco Nunes no dia 30 de janeiro, terça-feira, às 20h. A entrada é franca e os interessados devem retirar o convite uma hora antes do evento, limitado a um par de convites por pessoa.
A abertura foi no último dia 07 com o encontro da Orquestra Atípica de Lhamas com a cantora convidada, Maria Alcina, e a participação dos bailarinos da Cia. Café com Dança, para comemorar este investimento cultural, que já faz parte do calendário do verão em BH”, reforça Ione de Medeiros, integrante do Grupo OficcinaMultimédia (GOM).
M.A.R.P
Criado em 2006 pelo GOM, o M.A.R.P – Movimento de Arte e Reflexão Política, retorna ao VAC e, desta vez, em parceria com o Coletivo Alternativa Popular, irá promover uma mesa redonda composta por artistas e intelectuais e público com o título “E agora José?”. O objetivo é introduzir no VAC um momento de reflexão sobre inquietações relacionadas à arte e à cultura na atualidade. O debate será no dia 18 de janeiro, quinta-feira, às 20h, no Centro Cultural Banco do Brasil. João Paulo Cunha, Jacyntho Luiz Brandão e Nívea Sabino serão os debatedores do encontro que será mediado por Francisco Cesar. No evento haverá também a presença de NilcéaMoraldeia representando o Coletivo Alternativa Popular. A entrada é franca e a classificação 16 anos.
Moda
No dia 13 de janeiro, sábado, às 14h, o Centro de Referência da Juventude recebe o bazar “Moda X-Tudo – Mercado das Pulgas no VAC”. A entrada é franca e a classificação é livre. O evento vai valorizar produtos de baixo custo reciclando a moda e promovendo uma circulação de roupas e adereços. Projetado com um “Mercado das Pulgas”, o objetivo é diversificar o consumo de usados, introduzindo nas bancas livros, revistas, CD’s e outras quinquilharias.
Gastronomia
Já na área da gastronomia será montada uma grande mesa para 30 pessoas desfrutarem um jantar cujo cardápio será mantido em segredo até o momento da degustação. Com nome de “VER(ÃO) – O Jantar Secreto”, os alimentos serão preparados com ingredientes que seriam descartados. O objetivo é valorizar uma comida sem rótulos, promovendo uma noite de experiências e sensações desafiadoras. O chef Carlos Normando, criador do Projeto Gororoba, será o responsável pelo cardápio que terá entrada, prato principal e sobremesa. O jantar é no dia 10 de janeiro, quarta-feira, às 19h, no Centro de Referência da Juventude (CRJ).A entrada é franca e os interessados devem retirar convite uma hora antes do evento, limitado a um convite por pessoa.
Arquitetura
Nos dias 31 de janeiro e 1º de fevereiro, às 18h30, a Sala Multiuso do Centro Cultural Banco do Brasil recebe o seminário “Comum I Público” para discutir a produção do comum em tempos de ameaças à democracia. Serão abordadas questões sobre geopolítica, globalização desigual, atuação dos mecanismos transnacionais na fragilização do público, soberania nacional e popular, redes de movimentos sociais e universidades em defesa do que é público e do que é da ordem do comum. A curadoria do seminário é de Natacha Rena, Marcela Brandão e Mariana Moura. Entrada franca, classificação livre.
“A Arquitetura traz à tona questões sociais pertinentes da contemporaneidade, e levanta reflexões relacionadas a questões de geopolítica, da globalização desigual e atuação dos mecanismos transnacionais, na fragilização do público, soberania nacional e popular, no perigo da onguetização. E o papel da sociedade civil e rede de movimentos sociais e universidades em defesa do que é público e do que da ordem do comum”, reflete Ione de Medeiros.
Literatura
No bate-papo “Lucia conversa com Chico”, no dia 1º de fevereiro, às 20h, no auditório do Memorial Minas Gerais Vale, Lucia Castello Branco, escritora, psicanalista e professora titular em estudos literários da Faculdade de Letras da UFMG, conversa com o produtor musical mineiro Chico Neves. O bate-papotraz à tona a memória de quatro décadas da música popular brasileira e de tudo o que envolve a gravação e a produção dos discos no Brasil. A carreira de Chico Neves, contada em livro pelo escritor e jornalista Paulinho Assunção, tem lançamento previsto para 2018. O evento tem entrada franca.
Artes Visuais
A partir de 9 de janeiro, o VAC apresenta dentro do Projeto Parede do Sesc Palladium o artista Eder Oliveira. O projeto é um desdobramento do trabalho do artista, iniciado desde 2005 que trata sobre retrato e identidade a partir da imagem do homem amazônico. Partindo de apropriações de fotos publicadas em jornais de Belém do Pará, onde vive, a ação discorre sobre as relações possíveis entre imagem, identidade, poder, cor, mídia e marginalização. O processo de construção do trabalho poderá ser acompanhado de 9a 14 de janeiro, e a obra ficará exposta até 4 de março.
Cinema
A IX Mostra de Cinema, Cultura, Arte e Poder ocupará os cinemas Sala Humberto Mauro, Sesc Palladium, Centro Cultural Banco do Brasil e Cine Santa Tereza. Todas as exibições são gratuitas com retirada de ingressos 30 minutos antes do início de cada sessão. Com curadoria de Sávio Leite e do GOM, a mostra trata de semelhanças e especificidades da linguagem audiovisual em filmes que dialogam no eixo da cultura, da arte e do poder. Serão exibidos curtas e longas-metragens de jovens talentos emergentes e consagrados diretores cinematográficos brasileiros.
Ione reforça que a Mostra mantém o foco no tema – Cultura Arte e Poder- e prioriza a produção nacional, valorizando trabalhos recentes com foco na ficção e em documentários que resgatam a história da cultura brasileira. “Alguns filmes terão debate após a exibição. Entre eles o escritor João Silvério Trevisan, no Cinema José Tavares de Barros (SESC Palladium), após o documentário “Lampião da Esquina”. Francisco Franco diretor do filme “Os Três Atos de Carlos Adão” e André Lage diretor de “Los Leones”.
“A Farra do Circo”, “A Batalha do Passinho”, “O Homem que matou John Wayne”, “Ameaçados”, “Confession”, “Histórias que nosso cinema (Não) contava” e “As Incríveis Artimanhas da Nuvem Cigana” são alguns dos títulos presentes na mostra.
Dança
A Laia Cia de Danças Urbanas traz o espetáculo “Nada mais é” nos dias 21 e 22 de janeiro, às 19h, na Sala Multiuso do Centro Cultural Banco do Brasil. A obra se estrutura a partir da desconstrução de pilares que alicerçam nossa formação e que nos afetam desde a infância: o machismo, a religião e o racismo. A classificação é livre e os ingressos custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia).
No sábado, 27 de janeiro, às 18h, Contagem recebe o “Palco Hip Hop – Danças Urbanas” que propõe a valorização, difusão e promoção das danças da cultura hip hop. O palco terá apresentações de MCs, DJs, grupo de dança e grafiteiros, além de uma batalha livre de danças urbanas. Já no domingo, 28, o palco vai para o Teatro Municipal de Ibirité, às 17h. Nos dias 3 e 4 de fevereiro, o Palco chega ao Grande Teatro do Sesc Palladium. Nas três cidades, os ingressos serão vendidos a R$ 2,00 (inteira) e R$ 1,00 (meia).
Já o Ballet Jovem Minas Gerais apresenta o “Ritos/Pragmático” no Teatro Bradesco, às 21h, do dia 3 de fevereiro, sábado. O espetáculo fala “dos ritos que estão presentes em nosso cotidiano e em nossos gestos”. A classificação é livre e os ingressos custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (a meia).
O Grupo Cultura de Guetto ocupa o Teatro Bradesco nos dias 1 e 2 de fevereiro, às 20h, com o espetáculo “Exit”. A apresentação questiona se é possível criar algo novo, o limite para a criatividade, quais são as liberdades que nos deixam presos, as escolhas que nos fazem livres e como escapar da rotina. O espetáculo celebra os 11 anos do Grupo que nasceu em 2006 reunindo amigos do bairro Pompéia, região leste da capital. A classificação é livre e o valor é R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia).
Teatro
Na área da dramaturgia, o VAC investe em propostas de pesquisa e inclui espetáculos recentes, além de uma estreia. O Grupo Planos Incríveis apresenta a peça “Os Indicados”, de 11 a 14 de janeiro, no Teatro Marília. Evandro Passos e AruanaZamby se apresentam no Centro Cultural Banco do Brasil com o espetáculo “O negro conta” nos dias 12 e 13 de janeiro, às 19h. Já o Este Coletivo é o responsável pelo “Suave Coisa Nenhuma”, também no CCBB, de 17 a 20 de janeiro, às 19h. O ZAP 18 recebe o “Homem Vazio na Selva da Cidade” de 19 a 21 de janeiro.
“O Mergulho”, do Novo Coletivo de Teatro, ocupa o CCBB de 24 a 27 de janeiro. O Galpão Cine Horto recebe “A Cerimônia e Os Negros” de 25 a 28 de janeiro, às 19h. A Cia 5 Cabeça traz para o VAC “Uma Tendência para Alegria”, de 2 a 4 de fevereiro, no CCBB. Todas essas apresentações teatrais custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia).
Já a Janela da Dramaturgia realiza uma edição especial no VAC com a reapresentação de leituras performáticas de textos teatrais inéditos da última edição do projeto. Nos dias 27 e 28 de janeiro, no Teatro de Bolso do Sesc Palladium. A entrada é franca e tem duração de 4h com intervalos a cada uma hora. “A Janela da Dramaturgia vai promover a leitura de novos dramaturgos mineiros, com textos dedicados à infância e juventude”, comenta Ione de Medeiros.
Música
As compositoras Marina Cyrino, Nathália Fragoso, Patrícia Bizzotto e Thais Montanari se apresentamnos dias 10 e 11 de janeiro, às 19h, no CCBB. “Vale ressaltar que são jovens compositoras sintonizadas com a pesquisa de novas linguagens musicais contemporâneas”, lembra Ione de Medeiros. O Grupo de Percussão da UFMG celebra 20 anos e homenageia Esdras Ferreira, o Neném, no CCBB, dia 11 de janeiro, às 20h. O CCBB também recebe os artistas Alexandre Andrés e Rafael Martini com a apresentação “Haru” no dia 24 de janeiro, às 20h.
O compositor e instrumentista argentino Rufo Herreraapresenta um recital revelando as diferentes facetas do bandoneón. O repertório inclui obras de J.S. Bach, AstorPiazzolla, e do próprio Rufo Herrera. Para este recital, Herrera também convidou os bandoneonistas Otto Hanriot e Francisco Cesar, para a estreia de sua mais recente obra, composta para três bandoneóns: Variações Ad Libitum. O recital será no auditório do Memorial Minas Gerais Vale na quinta-feira, 25 de janeiro, às 19h.
Já o Teatro Francisco Nunes recebe o lançamento do álbum “Boa Noite” do Grupo Julgamento, que comemora 20 anos, no dia 26 de janeiro, às 20h. E no sábado, 27 de janeiro, às 20h, o Teatro Francisco Nunes será palco dos MCs da Favelinha.
O MeiaMeia, do Arcomusical Brasil, é a atração do domingo, 28 de janeiro, às 19h, no CCBB. No dia seguinte, 29, o CCBB recebe o grupo Semreceita. E, encerrando a programação musical do VAC, José Luis Braga lança o CD “Nossa Casa” no dia 4 de fevereiro, às 19h.
Abaixo informações sobre o evento:
Celebração dos 12 Anos do Verão Arte Contemporânea – VAC 2018
Quando: 7 de janeiro a 4 de fevereiro
Onde: em 17 espaços culturais de BH, além de uma apresentação em Ibirité e Contagem
Quanto: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada). Há espetáculos com entrada franca, mediante retirada ingressos uma hora antes do evento.
Informações: www.veraoarte.com.br
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