Agora o tempo do conceito
Das coisas velhas e das coisas novas
Feito um tropicalista encaretado
As sombras é que sabem
O quanto custa o sol
Mas vive-se querendo a luz,
Do parto
Do dia
E do fim do túnel
Enquanto isso
Me protejo
Da luz excessiva
Que é morte do segredo
E diz-se para abrir janelas à vida
Quando espero a noite só pra me fechar
Junto das flores
Nos encontramos na cópula do mundo
Dentro de mim há o mundo
Da vida que a luz ofuscou
Cerrados os portões
Digam lá
Moderno ou antigo
Daqui de dentro
Só o sangue e o suor dirão
E eles
Escorrem calçada abaixo
Enquanto não cessam de escrever livros de histórias
Quanta mentira há em uma janela aberta
Quanta mentira há entre a casa e a rua…
Poema de Bernardo Nogueira
Foto: Wagner Correa
Instagram: Café de Imagens