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Crônica: Deixadas pelo vento a se tornarem mensagens para o dia

Pétalas de flores são derramadas pelo vento da chuva em uma das avenidas mais movimentadas da cidade. O trânsito pesado se torna mais leve ao observar pela janela do carro a formação de um tapete feito pelas pequenas formosas pétalas na calçada.

 

Momentos assim para serem lembrados no fim do dia, reconfortando a alma, e com o significado de que a vida tem que ser vivida, no seu estado mais gratificante, mesmo com pontos estressantes.

 

Foi assim, que pensou Dinorá… a espera de uma vida… eterna feliz lembrança… percebeu encontrar com o olhar momentos para guardar e motivos a mais para agradecer pelo dia.

 

– Levarei esta imagem comigo, será guardada e sempre lembrada quando um pingo de cansaço pairar por aqui. E antes de dormir agradecerei por este encontro, pois dele, veio a leveza, veio a existência de uma paz.

 

– Dinorá, tá tudo bem? O que você quis dizer com tudo isso que contou?

 

– Estamos dentro do carro, parados, enquanto a chuva cai lá fora. Ao olhar pela janela, me deparei com uma imagem a levar leveza a minha alma. A guardei. Percebi que ao lembrá-la em momentos de estresse, abrirei  um sorriso, e meu dia não terá chegado ao fim e sim reforçado para continuar a conquistá-lo. Tive uma ideia, quer fazer parte dela?

 

– Nossa, peraí! – Eriberto respirou fundo, diminuiu o volume do som dos Novos Baianos e se preparou para escutar com calma o que Dinorá tinha pensado.

 

– Conta…

 

– Podemos começar hoje à noite, antes de darmos um beijo de boa noite. Os dias se passam mais pesados e arrastados, mas podemos deixá-los mais calmos, se guardamos em nossas mentes e almas uma imagem que nos fez sorrir em um momento. Esta visão será lembrada por nós, o que ficou eternizado e se transformou no sorriso do dia…

 

– … vamos praticar a procura por estes sorrisos, assim conseguiremos acalentar nossa mente e alma, prosseguiremos com o dia e agradeceremos por estes momentos, que nos mostraram como podemos conseguir a paz em dias fechados. E assim, viver!

 

… “e pela lei natural dos encontros, eu deixo e recebo um tanto, e passo os olhos nus, ou vestidos de luneta, passado, presente, participo sendo o mistério do planeta” … e cantava Novos Baianos

 

Eriberto aumentou o som e a cada semáforo fechado, os olhos dele, procuravam por encantos do lado de fora ou mesmo um jeito encantador de Dinorá, por que não?

 

Ao deixá-la na porta do trabalho, a beijou, desejou sucesso e disse:

 

– Hoje à noite, antes de beijarmos de um boa noite contarei o que me fez sorrir, o que me fez agradecer pelo dia. E assim farei nos próximos e próximos e tão próximos dias…

 

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