– Vamos, meu amor! Olhe para o alto e veja como existem brinquedos, que nos levam a imaginar, que podemos tocar o céu! – insiste Dinorá
– Você e essa absoluta insistência em querer chegar perto do céu. – reage Eriberto
– Quero é fugir do cinza das situações estressantes enfrentadas aqui embaixo. Sair um pouco do chão, fechar os olhos, relaxar a mente e a alma, esticar os braços e com as mãos ter a sensação de conseguir tocar o azul do céu! – diz Dinorá
Eriberto a beijou sensivelmente, comprou um balão vermelho e segurando bem forte suas mãos, seguiu em direção à roda gigante.
Enquanto andavam lentamente para comprar os bilhetes, Eriberto ouvia ruídos: carros com alto falantes a jogar palavras-promessas de candidatos a cargos políticos, buzinas ensurdecedoras, gritos nervosos, freadas bruscas… quando saiu do transe barulhento, já estavam sentados a espera do subir da roda gigante.
Parados, no topo, com aquela vista somente deles, Eriberto percebeu como estavam perto de um momento único. Como Dinorá disse: fechou os olhos, esticou os braços e sentiu uma tranquilidade e o sossego rodando o ar.
Ainda com os olhos fechados, Eriberto beijou Dinorá, com um susto-suspiro, ela soltou o balão. Ele encontrou a paz que tanto ela dizia. Sorriram! Enquanto isso, o vermelho passou por uma nuvem branca e foi ao encontro do azul.
Lá em cima, o baile de cores se iniciava. Ali, na roda gigante, Eriberto e Dinorá, ainda de mãos dadas, ficaram naquele instante tempo a contemplar o silêncio puramente único da paz!