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Atemporal: ‘Let It Bleed’ dos Rolling Stones completa 50 anos sendo um dos mais marcantes na carreira do grupo

Álbum traz grandes clássicos da carreira do grupo, como, “Gimme Shelter”, “Country Honk”, “Let It Bleed”, “You Got The Silver”, “Monkey Man” e “You Can’t Always Get What You Want”; no dia 1º de novembro desse ano a ABKCO Music & Records coloca no mercado uma edição deluxe limitada e numerada a mão de Let It Bleed

 

  • Coluna: ‘Crítica Musical’
    Jornalista | Colunista: 
    Felipe de Jesus
    *Especial ’50 anos do álbum Let It Bleed’ dos Rolling Stones*

 

Quando um disco completa “50 anos de história”, a primeira impressão que dá, é de que estamos falando de uma banda que já não existe mais! No entanto, esse não é o caso de “Let It Bleed (1969)”, dos Rolling Stones, já que a banda considerada um das maiores do mundo, está com quase 60 anos de carreira e o melhor, na ativa! Sendo assim, o cinquentenário deste clássico dos Stones não poderia passar despercebido, pois além do sucesso e da alta vendagem com mais de dois milhões de cópias comercializadas na época, o álbum traz algumas curiosidades, como na faixa “You Got The Silver”, ao qual Keith Richards (guitarrista) canta pela primeira vez sozinho e como ele mesmo disse em uma entrevista para a revista “Rolling Stone” no ano de 2015: “Foi uma das primeiras canções que compus inteiramente sozinho”. No dia 1º de novembro desse ano, a ABKCO Music & Records colocará no mercado uma edição deluxe limitada e numerada a mão do “Let it Bleed (1969)”, que virá com LPs e CDs remasterizados em stereo e mono; reprodução do single em vinil mono de 7″ de Honky Tonk Women/You Can´t Always Get What You Want; livro de 80 páginas com capa dura com fotos inéditas de Ethan Russel e ensaio do jornalista David Fricke; três réplicas assinadas e numeradas a mão de litografias de Brown John e uma réplica do pôster original do disco. Claro que “Let It Bleed (1969)” têm admiradores e fãs bem antenados com o trabalho dos Rolling Stones, como é o caso de Christiano Caldas Santiago (fotógrafo profissional) e como ele mesmo diz: “Rocker de raiz!”.

 

Edição deluxe limitada e numerada a mão do “Let it Bleed (1969)” – Imagem: ABKCO Music & Records.

 

De acordo com Christiano Caldas Santiago, o álbum é uma marca na carreira do grupo. “Let It Bleed é com certeza um dos álbuns que mais gosto dos Rolling Stones. Na verdade, tenho 4 ou 5 eleitos ‘os melhores’ de todos, e de tempos em tempos, um deles é o meu preferido. Quando conheci o Let It Bleed, ele foi por muitos anos o meu preferido pois já mostrava toda a criatividade e versatilidade dos Stones, além de uma identidade musical que dura até hoje, ou seja, cinquenta anos depois. Na verdade, o disco anterior, ‘Beggars Banquet de 1968’, foi o primeiro com o DNA dos Stones como conhecemos hoje em dia. Entre os clássicos desse álbum estão Sympathy For The Devil e Street Fighting Man, mas essa é outra história. Let It Bleed é como sua capa, uma mistura louca de ingredientes num bolo psicodélico”, disse.

 

Christiano Caldas Santiago lembra também que o disco carrega consigo o tradicional Rock-Blues dos Stones. “Tem também o Rock-Blues marca registrada da banda em faixas como Gimme Shelter, Let It Bleed, Live With Me e Monkey Man. Love in Vain, música do ‘pai’ do Blues,Robert Johnson, mas com o toque pessoal dos Stones. A Balada You Can’t Always Get What You Want com direito a um coral e por fim, uma versão country de Honky Tonk Women, rebatizada de Country Honk. Esse álbum é fantástico e sim, me fez gostar mais de Rolling Stones”, diz. Questionado sobre qual é sua faixa preferida do álbum, Christiano Caldas Santiago disse que é difícil indicar apenas uma canção do trabalho. “Difícil indicar apenas uma música! Gosto muito de Let It Bleed e Monkey Man, mas quem não conhece é melhor ouvir o álbum inteiro. E bem alto! Let It Bleed é musicalmente atemporal, tanto é que várias de suas músicas estão presentes no set list dos shows da banda até hoje”, completa.

 

Faixa a faixa

 

Para abrir “Let It Bleed (1969)” com tamanha maestria, os Rolling Stones trazem a estonteante “Gimme Shelter”. A canção traz o teor “bluesistico” com coral e guitarras bem dosadas, sendo até hoje um dos maiores clássicos do grupo. A canção é uma das minhas preferidas na carreira da banda por sua sonoridade e perfeição harmônica. Em seguida eles trazem “Love In Vain”, que até então era uma canção desconhecida por mim na discografia dos Stones. A música tem claramente o “Blues” enraizado na canção. Com “Country Honk” os Stones realçam o som da bateria e das guitarras sensacionais de Keith Richards. Conheci a canção na versão “talvez mais Rock” da coletânea oficial – “The Rolling Stones – Hot Rocks – 1964 | 1971” –, mas me encantei com o estilo “Blues” da música em “Let It Bleed (1969)”. Com “Live Whith Me” o grupo mantém a mesma sonoridade do álbum e chegam em “Let It Bleed”, sucesso da carreira regravado no álbum “Stripped (1995)”, álbum acústico que traz canções da vasta discografia da banda.

 

“Midnight Rambler” apenas reforça o estilo Rock/Blues dos Stones, que já emendam em “You Got The Silver”, que para mim, é um dos grandes sucessos de “Let It Bleed (1969)”, já que nela, Keith Richards traz uma linda história de amor. Em Monkey Man (um dos destaques do álbum), o grupo mantém a linha sonora e a gaita toma espaço na canção. Para fechar com total maestria, a canção “You Can’t Always Get What You Want” traz além dos belos corais, um violão único e um refrão magistral. A música também é um dos destaques da discografia do grupo e geralmente faz parte do set list da banda nas turnês. A música, com toda certeza, é um dos grandes acertos na carreira dos Stones.

 

Mais clássicos

 

Para o fã e grande admirador dos Rolling Stones, Christiano Caldas Santiago, o grupo também tem outros álbuns clássicos que valem a pena serem escutados. “Além do Let It Bleed, indicaria outros três álbuns, o Get Yer Ya-Ya’s Out! (edição comemorativa de 40 anos, pois é triplo). Gravado ao vivo, o álbum conta com a maioria dos grandes sucessos da banda lançados até aquele momento. Além disso, o disco 3 tem a participação de B.B. King e Ike & Tina Turner. Este álbum também ‘mudou a minha vida’ (brinca Chris). Stiky Fingers do ano de 1971, mais uma vez inovando nas capas onde havia um zíper de verdade na calça estampada na capa e contava com grandes clássicos da banda como Brown Sugar, Can’t You Hear Me Knocking, Bitch, Dead Flowers e Wild Horses! E para finalizar a lista, incluo o último álbum lançado no ano de 2016, Blues and Lonesome em que os Stones visitam suas origens nos Blues. Só uma banda com mais de 50 anos pode se dar ao luxo de gravar algo não pop e pouco comercial para os dias de hoje. O disco é inteiro de Blues, releituras de diversos ícones do estilo como Howlin’ Wolf, Memphis Slim, Willie Dixon e Jimmy Reed, este último em especial, foi a primeira obcessão musical de Keith. Entre as faixas, destaco I Can’t Quit You Baby, imortalizada pelo Led Zeppelin. A faixa ainda conta com a participação mais que especial de Sir Eric Clapton. Vale a pena conferir!”, completa.

 

Avaliação | Let It Bleed (1969)

 

Como todo grupo, os Rolling Stones teve períodos complicados na carreira, como, álbuns que não foram muito bem aceitos pela crítica, quanto também dos que foram aclamados. “Let It Bleed (1969)” foi o álbum de transição entre a saída de Brian Jones e entrada de Mick Taylor na banda, ou seja, o disco foi gravado praticamente por quatro Stones, com pouca participação de Jones e Taylor.  No entanto, com este álbum os Rolling Stones conseguiram alcançar ainda mais destaque na carreira.  Para mim, a partir do álbum “Beggars Banquet (1968)” e de “Let It Bleed (1969)” vemos o que conhecemos hoje dos Stones. Dele indico as canções “Gimme Shelter”, “Country Honk”, “Let It Bleed”, “You Got The Silver”, “Monkey Man” e “You Can’t Always Get What You Want”. Avalio com cinco estrelas (máxima), pois em meio a tantas mudanças na época da gravação do álbum, os Stones conseguiram agradar o público e mostrar que eram capaz de produzir um trabalho forte e ao mesmo tempo único nos anos de 1960. Não preciso falar muito, pois são 50 anos agradando os fãs e admiradores dos Rolling Stones. Se ainda não ouviu o álbum, escute, pois é qualidade sonora pura! Álbum disponível no formato físico e nas plataformas digitais.

 

 

 

 

 

Fotos: Rolling Stones
Até a próxima Crítica Musical.
A coluna é publicada neste espaço toda semana

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Felipe de Jesus - Siga: @felipe_jesusjornalista
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