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Alice In Chains surpreende com “Rainier Fog”sem perder as raízes do “Som de Seattle”

6° álbum retoma a sonoridade que consolidou o grupo nos anos de 1990

 

Quando conheci o “Pearl Jam” no ano de 1995 para 1996 com o álbum “Ten (1991)” deixei boa parte dos meus CD’s de Rock | Pop de lado como se não houvesse mais nada para conhecer na música internacional. Esse foi o álbum que mais ouvi nessa época, no entanto, ao ter a chance de conhecer outras bandas do universo “Grunge”, como o Meat Puppets (influência do Nirvana), o Soundgarden e o Alice In Chains, vi que precisava mudar os meus conceitos. Prova disso, foi que fiquei extasiado com a música ” Man In The Box” do álbum “Facelift (1990)” do Alice In Chains e de lá para cá, me tornei um grande admirador do trabalho e da discografia deles. Mesmo sem o vocalista Lainey Stanley (falecido em 2002), o grupo liderado por Jerry Cantrell e William DuVall se manteve firme com hits de qualidade, turnês gigantescas e álbuns destacáveis, como, o mais novo e 6° trabalho de estúdio intitulado por “Rainier Fog (2018)”, que mostra que o Alice In Chains não perdeu o caminho das pedras do “Som de Seattle”.

 

Com 10 novas canções “Rainier Fog (2018)” deixa de lado em “minha opinião” as questões comerciais de “vendas e download” focando totalmente no que os integrantes sabem fazer de melhor: música. O álbum abre com “The One You Know”, faixa que traz a guitarra tradicional do grupo e o vocal marcante do duo de Jerry Cantrell e William DuVall. Uma “quase” viagem sonora que nos remete as faixas do álbum “Facelift” (1990)”. “Eu era um pouco parecido com você antes. As coisas mudaram. Bússola interna alinhada. Tudo isso parece reorganizado. Diga-me, isso importa. Se eu ainda estou aqui, ou eu fui embora. Reconstruído. Um impostor. Eu não sou aquele que você conheceu”.

 

Com “Rainier Fog”, faixa que intitula o novo disco, o Alice In Chains mantém a mesma linha do som já conhecido pelos seguidores do grupo desde os anos de 1990. Bateria e guitarra em total consonância. “Algumas coisas duram, às vezes você nunca acaba. Ao viver no passado você descobre que é difícil ficar sóbrio. Minha pele transparente como uretano. Perdido e depois encontrado, à vista de todos e eu não trocaria. Você não sabe há muito tempo que estava franzindo a testa. Pensando sobre isso. Está chovendo e de alguma forma você sabe. Isso me lembra por que eu me importo mais. Você pode me encontrar contorcendo no fantasma de uma canção”.

 

Já em “Red Giant”, somos quase transportados para o álbum “Dirt (1992)”, que também marcou bastante a carreira do grupo. “Eu banco o palhaço pra você. Divertido, de modo absurdo. E os vejo rir, adoraria que eles aplaudissem e dançassem ao me ritmo. Explodindo como uma gigante vermelha, expansivo, uma estrela. E estou vindo para queimar isso e rir pra caramba. Todos os meus filhos cantam de novo e de novo. Pois uma mentira não é uma mentira se você está ganhando deles. Amém. Eu atuo aqui em cima no palco. Brincando com seus próprios medos. Desorientação, estou tão perto. Truque simples de mão, no claro”.

 

Em “Fly”, um dos grandes hits do novo álbum, o grupo mais uma vez se aproxima das incríveis baladas da banda nos anos de 1990. Por alguns instantes lembra a música “No Excuses” e “Heaven Beside You” do álbum “Alice In Chains (1995)”. “Levado na coleira atrás de você, arrastando no chão. E não preciso de nenhum lembrete, estive por aí. Estive por aí, sim eu sou um som. Deite-se com sua paz onde você a encontra. Não sairá barato. Encha de amor quando estiver com fome e cansado, depois durma. Tenha seus sonhos. Não deixe isso te desanimar, te derrubar. Odeio dizer o quão pouco eu encontrei. Eles pavimentaram a estrada com ouro de tolo”.

 

Dando sequência ao álbum “Rainier Fog (2018)” o Alice In Chains traz a canção “Drone”, que também mostra o estilo inconfundível do grupo nos anos de 1990, passa por “Deaf Ears Blind Eyes” e chega em “Maybe”, que também traz uma letra incrivel. “Bem longe os dias de verão. Em LA, se estende por mais tempo. Desaparecendo, esperando. Tente curar, mas a dor não vai. Começar com menos sempre parece custar mais. Odiando, quebrando. Lembre-se, quando dezembro chegar. Um dia pode durar para sempre. Não há lugar seguro para um pretendente humilde. Estou indo direto para o centro do alvo”.

 

O álbum “Rainier Fog (2018)” segue com “So Far Wonder”, “Never Fade” e com a estoteante “All I Iam” que fecha o álbum com chave de ouro. “Não consigo reconhecer o rosto diante de mim. Não é familiar. O tempo me deixou quebrado e solitário? Você ainda pode me ver sem disfarçar? Fora da janela dos seus olhos. Agarrando-se à memória de seus tempos áureos. Depois de muitos anos a estrada que você vagou. Deixou você aqui sozinho, privado dos outros. Nos dedos dos pés ou nos calcanhares. Há uma linha desenhada no chão. Onde o sangue secou, não há brilho”.

 

Avaliação

 

O Alice In Chains conseguiu o que poucas bandas que tiveram “baixas” nos anos de 1990 para 2000 conseguiram, se manter de pé em quase três décadas. Com uma discografia ímpar, o grupo chega a segunda década dos anos 2000 deixando claro que vem por aí, muita energia e acima de tudo inspiração para novos trabalhos. Entre as faixas que gostei e indico deixo: “Rainier Fog”, “Red Giant”, “Fly”, que é ótima, “Drone”, “Maybe”, “Naver Fade” e “All I Am”. Avalio com cinco estrelas (máxima), pois as influências “claras” do som dos anos de 1990 batem muito forte em “Rainier Fog (2018)” e isso com toda certeza agrada tanto os fãs mais tradicionais, quanto os novos do Alice In Chains. Vale a pena escutar “Rainier Fog (2018)” já disponível em vinil, CD, Deezer e Spotify.

 

 

Até a próxima Crítica Musical.

Crítica Musical é publicada neste espaço toda quinta-feira

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