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25 livros nacionais para dar de presente no Natal

Livros são excelentes opções de presente em qualquer oportunidade, mas neste Natal tem um significado muito especial. O mercado editorial brasileiro vive uma das piores crises. Duas das principais cadeias de lojas especializadas do setor fecharam lojas físicas e pediram recuperação judicial. O impacto que isso causará para as pequenas livrarias, para os autores, e sobretudo para a literatura nacional ainda é incalculável.

 

Por isso uma mobilização na internet, iniciada com a “Carta de amor aos livros” divulgada pelo editor do grupo Companhia das Letras, deu início a várias campanhas que valorizam os livros e incentivam esse presente no Natal.

 

Para nós leitores é muito fácil aderir a essa campanha, já que os livros fazem parte da nossa vida e consequentemente das nossas escolhas de presente, mas precisamos mobilizar e buscar o voto dos indecisos. Contamos com vocês.

 

De olho nas dicas!

 

Infantil: Ajuda no desenvolvimento motor e sensorial das crianças. Cria vínculo entre os pais, que quebram sua rotina agitada para ler e entreter os filhos.

 

 

As árvores invisíveis| Leida Reis:  “As árvores invisíveis” conta a história do Sebastião (achei perfeita a escolha do nome do personagem), um menininho negro, apaixonado pelas árvores da floresta. Ele sonha em visitar a Floresta Amazônia para abraça-las, porque  vive numa cidade grande, movimentada, e abarrotada de prédio. Sebastião percebe sempre ao sair de casa, criaturas estranhas que passam despercebidas pela cidade, e pelas pessoas presas nos seus celulares, imersas nos fones de ouvido. Leia a resenha completa aqui. Leida Reis já foi autora do mês no LiteralMente,Uai.

 

 

A bonequinha preta | Alaíde Lisboa: É um clássico infantil que marcou várias gerações e a infância de muitos de nós leitores que lembram desta obra com muito carinho e nostalgia. “A Bonequinha Preta” conta a história de Mariazinha e sua linda bonequinha preta que usa duas trancinhas, tem boca vermelha e olhos arredondados. Mariazinha cuida com muito carinho da bonequinha e as duas trocam juras de amor e amizade. Certo dia Mariazinha vai passear com a mãe e não pode levar a bonequinha, que é recomendada a ficar quietinha em casa sem fazer arte. Só que a bonequinha consumida pela curiosidade, acaba caindo da janela e desaparece, deixando Mariazinha cheia de saudades. Leia a resenha completa aqui.

 

 

 

Dinastia dos magos | Virgínia Frões: Quadrinhos costuma ser a porta de entrada para a literatura. Dinastia dos magos concorreu ao prêmio HQ Mix, na categoria “quadrinhos para crianças” em 2016. Conta a história do Príncipe Eiri, prestes a assumir o trono, ele é transformado em gato pelo seu irmão, e exilado na terra, mais precisamente em BH. Aqui, Eiri conhece Sonne, uma menina humilde e voluntariosa que acolhe o bichano sem saber que ele na verdade é um humano, embora ele seja um gato falante, reclamão, literalmente com um rei na barriga. Leia a resenha aqui.

 

 

 

 

Infanto-juvenil: É hora de aguçar senso crítico e conhecer histórias que vão mudar pensamentos, estimular a empatia e formar de vez um leitor e claro, o gosto pela literatura.

 

Minha vida fora de série | Paula Pimenta: “Minha vida fora de série – 1º temporada”, é o primeiro livro da série. Foi lançado em 2011 e conta a história de Priscila, 13 anos, que tem seu mundo abalado após a separação dos pais. Ela tem que mudar de estado, conviver com a ausência do pai, irmão e das melhores amigas e ainda conquistar o seu espaço na escola nova e no coração dos novos amigos. Priscila vive a expectativa do primeiro amor e as consequências de suas próprias decisões de uma forma divertida e leve. A história se passa em Belo Horizonte e por isso já mereceu meu 10. Leia a resenha aqui.  

 

 

 

E agora, mãe? | Isabel Vieira: O livro se passa em uma época que as pílulas anticoncepcionais eram usadas pelas adolescentes para encorpar os xampus (eu já fiz isso) para o cabelo crescer mais rápido. Jana, acreditando que não engravidaria na primeira vez só começa a tomar a pílula, sem qualquer orientação, depois da primeira relação. Claro que a culpa da gravidez recai toda sobre ela e a família, que segundo as más línguas deu liberdade demais para a moça. Uma geração que culpa a televisão pelos impropérios da vida. Em meio à sociedade preconceituosa, ser mãe solteira não é nada fácil. Com o abandono de Ivan, o desprezo do pai, a desconfiança da mãe, Jana tem o apoio da empregada Lurdes, da tia Ligia e de uma única amiga do colégio a Talita, que é uma das minhas personagens preferidas.  Aliás, gosto de como Isabel construiu os personagens, eles são comuns e de fácil identificação. A história de Jana é como costumo dizer, fácil de acreditar e de acontecer. Poderia ser eu, você, uma amiga, mas com certeza conhecemos alguém que passou por uma gravidez na adolescência. Leia a resenha aqui.

 

De olhos fechados | Lavínia Rocha: Conta a história de Cecília uma adolescente de 15 anos, cega desde o nascimento, que vive na capital mineira com o pai, Renato, e a irmã mais nova, Luna. Um mistério com direito a sumiço do corpo envolve a morte da sua mãe. Cecília tem como melhor amiga a Bianca, uma menina doce, engraçada que namora Diego, aquele cara legal que adora dar livros em braile para Ceci (apelido de Cecília) ler.  Cecília é independente e ao lado do cão guia Dina, não deixa os desafios da vida te abalar. Ela super bem resolvida, consciente da sua deficiência, mas tem recebido alguns bilhetes enigmáticos e em braile com dizeres como, “Você não estará segura enquanto não seguir o seu caminho” e “você não vai poder dar as costas ao seu destino”, que a tem deixado assustada. E para completar o enigma, cada vez que lê os bilhetes, ela tem alguns flashes de imagens de locais desconhecidos. Leia a resenha aqui. Lavínia Rocha é especialista em literatura infanto-juvenil e já foi autora do mês no LiteralMente,Uai, conheça mais sobre ela clicando aqui.

 

 A droga da obediência | Pedro Bandeira: “A droga da obediência” traz a primeira de muitas aventuras vividas pelos Karas. Um grupo díspar formado pelos amigos, Calú, Magrí, Miguel e Crânio. Envoltos em uma onda de mistério e ação, os Karas, são assombrados por um crime que está abalando a cidade de São Paulo, o sumiço de estudantes. Vinte e sete estudantes desapareceram sem deixar rastros, e a última vítima foi exatamente no colégio que eles estudam. Os Karas mergulham de cabeça na investigação, depois que o mais novo integrante do grupo, o Chumbinho, é sequestrado. Cada “Kara” vai usar suas habilidades para ajudar a desvendar esse crime e salvar os estudantes. Mas eles se envolvem com uma organização criminosa que desenvolve a droga da obediência, uma substância capaz de transformar o ser humano em robôs obedientes, sem vontades, desejos e criatividade. E de repente o futuro da humanidade está nas mãos dos 5 estudantes. Leia a resenha aqui.

 

 

 

 

A cor da ternura | Geni Guimarães: A escritora Geni Guimarães em menos de 100 páginas consegue mostrar aos leitores de uma forma sensível e bem clara, as situações de racismo que viveu em várias etapas da sua vida. Gosto de histórias reais, de histórias simples de ler, com ilustrações e principalmente com conteúdo. Mais um livro que deveria entrar para lista de leitura obrigatória nas escolas. “A cor da ternura” tem isso tudo e uma lição enorme de que nada pode atrapalhar o seu sonho. Leia a resenha aqui.

 

 

 

 

 

 

Chick Lit: São livros leves, fáceis de ler. Ótimos para adultos que ainda não se engajaram de fato na literatura. Em sua maioria romances fofinhos que te fazem suspirar.  

 

 

Perdida | Carina Rissi: De 2010 para 1830: A série “Perdida” conta a história de Sofia, uma jovem solteira e independente que vive em uma cidade grande cercada de todas as tecnologias e facilidades que a modernidade oferece. Sofia é engraçada, amiga e trabalha muito para conquistar o sucesso no emprego e se ver livre do chefe chato. Romance para ela só nos livros que lê. Após um diálogo misterioso com a vendedora de uma loja onde ela compra um celular/ máquina do tempo, sua vida muda. Ao ligar o aparelho novo, Sofia viaja no passado até o século XlX, onde se vê no meio do nada, totalmente perdida. A primeira pessoa que ela conhece é o fofo, lindo e meu crush Ian Clarke, que imediatamente acolhe Sofia e a ajuda em sua busca incessante para voltar pra casa, mas o envolvimento com Ian e sua família faz essa busca perder forças. Leia a resenha aqui.

 

 

 

Amor Plus Size | Larissa Siriani: Antes de mais nada, “Amor Plus Size” é sobre amar quem você é independente dos estereótipos que a sociedade insiste em nos impor. Maitê é uma adolescente de 17 anos, no último ano do ensino médio, olhos verdes, cabelos castanhos ondulados que ela, com sua mania de autossabotagem (adorei esse termo) descreve como sem vida. Pesa mais de 100 quilos e por isso sofre bullying da patricinha supermagra Maria Eduarda, além do preconceito velado por parte da mãe, aquela que deveria apoiar e proteger a filha, mas que insiste no seu emagrecimento a todo custo. Quem exerce esse papel de porto seguro é seu melhor amigo, fotógrafo, confidente e amorzinho, Isaac, que é apaixonado pela Maitê desde criança. Fechada na sua bolha de baixa estima, Maitê tem um crush no Alexandre, o gatinho da escola, que ao contrário de muitos romances não é nenhum chato ou metido, daqueles que fazem apostas para sacanear os outros. Ele é um menino fofo que mantém uma amizade despretensiosa com a colega de classe e também com as únicas amigas dela, Josiane e Valentina, todas vítimas das maldades da Maria Eduarda. Leia a resenha aqui.

 

Azul da cor do mar | Marina Carvalho: “Azul da cor do mar” traz a marca da escritora que nos brinda com um romance fofo, leve, mais uma vez bem amarrado, divertido e repleto de elementos bem mineiros, o que garante uma rápida identificação e a empatia é inevitável. A história atual se passa em BH, mas começa há alguns anos, durante as férias em uma praia, adivinhem onde? No Espírito Santo. A nossa protagonista Rafaela Villas Boas não consegue esquecer um garoto de olhos azuis e mochila xadrez que viu durante quase todos os seus dias de férias em Iriri. Eles nem chegaram a conversar, mas o olhar perdido e a aparente solidão do garoto marcaram a sua vida. Desde então, o garoto misterioso passa a fazer parte da vida dela, que não só pensa e sonha constantemente com um reencontro, como também escreve diversas versões para o primeiro contato na praia, um possível reencontro e quem sabe um futuro com tal garoto da mochila xadrez. Leia a resenha aqui. Marina Carvalho é uma das queridinhas do gênero, e também já foi autora do mês no LiteralMente,Uai, veja mais.

 

Adulto: Aqui é o gosto pela leitura que nos leva a descobrir essas obras e autores sensacionais. A leitura aqui é por prazer e entretenimento.

 

 

8 segundos | Camila Moreira: Um erótico pra ninguém botar defeito. “8 Segundos” conta a história de Pietra, uma jovem rica, mimada, fútil, mas muito determinada no quesito sedução e com isso conseguiu arrancar várias risadas com as suas peripécias. Ela se vê obrigada pelo pai a passar 30 dias na fazenda da família no interior de Goiás para conseguir viver sozinha em Paris no seu próprio apartamento. O que Pietra não imaginava é que lá vivia o veterinário gato e peão nas horas vagas, Lucas.  As descrições físicas do Lucas são perfeitas. A química entre os dois é imediata, mas eles precisam superar as diferenças, um segredo do passado e buscar a redenção. Leia a resenha aqui.

 

 

 

Jantar Secreto | Raphael Montes: O livro apresenta os desdobramentos de uma escolha feito por quatro jovens comuns (Dante, Hugo, Miguel e Leitão), que saem do interior do Paraná em busca de uma vida melhor no Rio de Janeiro. As duras penas conseguem se manter na cidade, concluir suas faculdades, exceto Leitão, que é sempre descrito pelo narrador como acomodado. Mas diante da falta de sucesso em suas áreas de formação, diante da crise econômica que passa o país e a inadimplência do aluguel, os jovens, assim como tantos outros brasileiros, preferem seguir por um caminho mais fácil, aliando-se a pessoas de caráter duvidoso para conseguir alcançar “sucesso” financeiro de maneira mais rápida. Eles passam a organizar jantares, cujo ingrediente principal é a carne humana. Leia a resenha aqui. Pensou literatura policial, pensou Raphael Montes, saiba mais sobre ele, clicando aqui.

 

 

 

 

Diário de uma escrava | Rô Mierling: “Diário de uma escrava” conta a história de horror vivida por Laura, uma jovem sequestrada e mantida em buraco pelo seu sequestrador, um homem normal para os padrões da sociedade, “de família”. Estevão é casado, trabalhador e vai à igreja, uma fachada perfeita para encobrir o psicopata que habita nele. Como todo maníaco, Estevão não tem limites e ao longo do livro vai acumulando vítimas e atrocidades. Laura apesar de mantida viva pelo Ogro, apelido que ela dá ao seu sequestrador pelas semelhanças com um animal, é estuprada constantemente, além de sofrer violência física e psicológica de todas as formas imagináveis. Leia a resenha aqui.

 

 

 

 

Fake | Felipe Barenco: “FAKE” é um romance gay, ambientado no Rio de Janeiro, que conta a história do Téo, um jovem de classe média que acaba de passar no vestibular para cursar Direito em uma universidade pública. Téo é espirituoso, inteligente e consciente da sua realidade. Em um dia de reflexão no parque ele conhece Davi, que está na Cidade Maravilhosa tentando ser ator. É o começo de uma paixão que depois, claro, vira romance. Téo é homossexual, mas apenas seu melhor amigo Thiago e a sua amiga virtual Fernanda sabem e a tia Eleonora que desconfia. Contar para os pais é um tabu e sua vida vira de cabeça para baixo quando ele toma essa decisão. Téo tem que lidar com as consequências de assumir a homossexualidade e se manter na faculdade ao mesmo tempo em que descobre que Davi é portador do vírus HIV. Leia a resenha aqui.

 

 

 

Poemas e contos: Pra você deliciar com histórias bem contadas.

 

 

Olhos de carvão | Afonso Borges: Lançado pela editora Record, é uma coletânea com 26 contos. A novidade aqui é o mesmo conto apresenta ora dois pontos de vista da mesma história, ora histórias completamente diferentes separadas apenas por parágrafos. Uma sacada genial que eu custei a perceber e admito que voltei para reler os que passaram despercebidos. A histórias dos contos são curtas, em menos de 3 páginas, viajamos da Alemanha nazista a fronteira do México. Da cidadezinha do interior de Minas, Almenara, a Capadócia. Vidas brasileiras. Vidas estrangeiras que entrelaçam e se complementam, ao passo que coexistem sem de fato existirem. Leia a resenha aqui.

 

 

 

 

 

Pó de Lua | Clarice Freire: lustração e poesia compõem a essência de “Pó de lua”. Com a promessa de que é “para diminuir a gravidade das coisas”, os textos de “Pó de lua” são lindos, leves e de muito bom gosto. Acompanhando as fases da lua (minguante, nova, crescente e cheia), algo que hoje em dia quase ninguém dá importância né, Clarice tece com traços sutis e de uma simplicidade e sinceridade ímpares. São poemas inspiradores que despertam vários sentimentos, mas que sempre culminam numa paz absurda, transbordando amor e carinho. Leia a resenha aqui.  

 

 

 

 

Históricos e Biográficos: Conhecer histórias, buscar conhecimento. É uma leitura diferente, essencial para leitores ávidos por histórias reais e impactantes.

 

 

Holocausto Brasileiro | Daniela Arbex: “Holocausto Brasileiro” é sobre pessoas que foram torturadas, espancadas, violentadas, dormiam ao relento e morriam de frio, comiam ratos, bebiam água de esgoto e urina. É sobre como a sociedade mineira, autoridades, políticos, os funcionários, entidades religiosas e por que não as pessoas comuns, deixaram que essas barbaridades acontecessem com seres humanos, seus filhos, filhas que tiveram seu destino traçado ao embarcarem no “trem de doido” que cortava as montanhas de Minas abarrotados por aqueles taxados como “loucos”, “loucos”, “dementes” apenas por se sentirem tristes. As moças por serem desobedientes ou por terem perdido a virgindade ou ainda por estarem grávidas dos seus patrões. Homossexuais e pessoas encontradas sem documentos, também tinha como destino o Colônia. Quem eram os loucos afinal? Leia a resenha aqui. Conheça mais sobre a Daniela Arbex clicando aqui.

 

 

 

 

Aparecida | Rodrigo Alvarez: Através de relatos e pesquisas realizadas no Brasil e no exterior, Rodrigo apresenta o contexto histórico e a relação da “imagem” encontrada por pescadores no Rio Paranaíba, com os diferentes e marcantes acontecimentos do Brasil, como a ditadura e a Proclamação da República, além da persistência de pessoas que fizeram com que a imagem de Nossa Senhora da Conceição se tornasse um dos principais símbolos da cultura brasileira. Leia a resenha aqui.

 

 

 

 

 

 

Aquilo que resta por nós | Igor Patrick: O livro já te prende pela capa impactante, de pés descalços, sujos, acompanhados da frase: “Um pedido de socorro de haitianas estupradas por soldados da ONU”. Engraçado que o primeiro pensamento é: Como eu nunca ouvi falar desses casos? A lembrança que tenho do Haiti é das inúmeras tragédias que assolam o país, das tropas brasileiras escoltando a nossa seleção que fez um jogo histórico por lá, do quão os haitianos dependem das ações humanitárias de entidades como a ONU e de pessoas como a brasileira Zilda Arns que morreu justamente em um terremoto no país. Igor expôs em poucas páginas uma dura, cruel e impiedosa realidade de mulheres abusadas por aqueles que deveriam proteger, promover a paz e dar esperança. Ele não só as ouviu como deu voz e visibilidade a 4 de muitas vítimas, que hoje se sabe, viveram o terror do estupro, e a tristeza da impunidade. Leia a resenha aqui.

 

 

Clássicos: Nunca indico clássicos para quem está começando a ler. Sou da geração traumatizada pela leitura obrigatória deles nas aulas de literatura nos anos 90. Conhecer os clássicos é uma obrigação literária, mas tem que ter a hora certa. Dê preferência por prazer, com paixão, sem pressão.

 

 

O Auto da Compadecida | Ariano Suassuna: Como vi o filme e a minissérie (que também é sensacional) precisava ler o livro. E ler tem um gostinho especial de reviver a obra, recriar na mente os cenários e os personagens inesquecíveis interpretados por Selton Melo (Chicó) e Matheus Nachtergaele (João Grilo). “O Auto da Compadecida” é originalmente uma peça de teatro que retrata as peripécias de dois brasileiros pobres que se utilizam do “velho jeitinho” para se dar bem em cima daqueles de melhor posição social.  A esperteza de João Grilo garante boas risadas em um texto recheado de críticas a religião, ao preconceito racial e social. As deixas, os bordões do Chicó e a interação com o amigo Grilo são o ponto forte da obra. Tem comparativo do livro e do filme aqui.

 

 

 

 

O Grande Mentecapto | Fernando Sabino: “O Grande Mentecapto” narra as peripécias de Geraldo Boaventura vulgo Viramundo enquanto percorre Minas Gerais enfrentando os tombos que a vida insiste em lhe dar. Sabino narra de uma maneira cômica as aventuras e desventuras desse “Dom Quixote” mineiro que, desde a infância, já teve que se virar para sobreviver. O livro é todo ambientado em Minas e, por isso, é muito fácil se identificar com situações, cenários, histórias, trejeitos e costumes típicos do nosso estado. Ele encara o trem que passa na cidade de Rio Acima, entra no seminário em Mariana, se apaixona em Ouro Preto, foi internado em um hospício de Barbacena, participou da cavalaria em Juiz de Fora, passou a noite com um fantasma em Uberaba e na capital participou da insurreição na Praça da Liberdade. Leia a resenha aqui.

 

 

 

 

 

A escrava Isaura | Bernardo Guimarães: “A escrava Isaura” conta a história de amor do casal Álvaro e Isaura, uma das mais lindas da nossa literatura, um fazendeiro rico que se apaixona por uma escrava fugida, daqueles amores impossíveis que tanto amamos. O destino dos dois se cruzam quando Isaura foge da fazenda onde mora e do patrão Leôncio, que nutre por ela uma paixão obsessiva e violenta, que se acentua diante das constantes negativas dela. Leôncio é casado com Malvina, uma mulher a quem ele despreza e que não tem consciência das maldades e do assédio do marido em relação a escrava. Além de sofrer nas garras do Leôncio, Isaura também pena com as armações de Rosa, uma escrava invejosa que quer tomar o lugar dela na casa grande e no coração do fazendeiro. Para viver esse amor e conquistar o “felizes para sempre”, Isaura e Álvaro tem que enfrentar a fúria de Leôncio e os preconceitos da sociedade. Leia a resenha aqui.

 

 

 

Dom Casmurro | Machado de Assis:  história de “Dom Casmurro” é bem conhecida e polêmica. Mesmo quem nunca leu sabe um pouco sobre os personagens Capitu e Bentinho, o seminário e a traição. A obra já foi adaptada para o cinema, teatro e TV, mas é lendo que você tem acesso a história crua e pode tirar suas próprias conclusões. A história é narrada sob a ótica de Bentinho que faz um panorama da sua vida, desde e infância até o momento em que se torna o “Dom Casmurro”. Bentinho é atormentado com a promessa da mãe de dar o filho único ao sacerdócio. Ele abomina a ideia de todas as formas e passa a bolar, junto com a melhor amiga Capitolina (Capitu), planos para dissuadir a mãe. Tenta um acordo com o “agregado” da família, José Dias e em seus desesperos até o Imperador poderia ter ajudado na empreitada. Leia a resenha aqui.

 

 

 

 

 

Meu pé de laranja lima | José Mauro de Vasconcelos: É uma das histórias mais tristes e mais singelas que já li. Eu chorei horrores em vários trechos da leitura. Sinceramente não tinha noção do que se tratava a obra e me surpreendi demais. Conta a história de Zezé, um menininho super inteligente, que com apenas cinco para seis anos, já sabe ler e tem uma consciência muito profunda da sua realidade. Zezé aceita sua condição, e mergulha na sua imaginação, para fugir da dura realidade. O pé de laranja lima, apelidado de “minguinho” é o principal fruto dessa imaginação fértil. Nele, Zezé viaja para terras distantes em aventuras felizes ao lado do seu fiel companheiro. Leia a resenha aqui. Veja também um comparativo entre o livro e o filme.

 

 

 Todas as indicações já apareceram no LiteralizaBH. Veja mais.

 

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Elis Rouse
Sou Elis, não sou Regina; sou do interior e amo a capital; sou jornalista, mas não trabalho em jornal; amo ler, sonho escrever; dicas vou dar, dicas quero receber; experiências vamos trocar; literatura brasileira vamos amar!