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Johnny Hooker: Sua performance, seu discurso e seu show!

Na quinta-feira (12/04), o cantor pernambucano Johnny Hooker fez o show de lançamento de seu novo álbum, o 2º de sua carreira, “Coração”. A apresentação performática contou com as novas canções e as de seu primeiro disco “Eu Vou Fazer Uma Macumba Pra Te Amarrar, Maldito!”

 

Os fãs estavam ansiosos para a apresentação de Johnny, que já não vem a BH há quase dois anos. A empolgação era nítida em cada canto do Grande Teatro do Sesc Palladium. O cantor fez uma mistura de suas canções e iniciou o show com a Intro de “Coração”, seguindo de “Touro”, segunda faixa do disco. 

 

Foto: Charles Douglas

 

O show é marcado por mensagens de empoderamento e quebra de preconceitos, assim como mensagens de superação de antigos relacionamentos do artista, recém recuperado de uma depressão (o cantor conta melhor em uma entrevista no nosso canal no YouTube – em breve), como a canção “Chega de Lágrimas”.

 

“Caetano”, faixa em homenagem ao seu ídolo, Caetano Veloso, é aclamada e introduzida com uma lembrança do momento político atual do país. O nome de Caetano é usado como uma manifestação, impondo a liberdade de todos. 

 

Além das performances e presença de palco, Johnny também se destaca pelo figurinos exóticos e representativos. Foram quatro no total, iniciando com um bem brilhante, indo a um em que domina o preto, depois para um colorido com “franjas” nas mangas, lembrando roupas de vaqueiros, e finalizando com um mais básico, blusa branca e calça preta. 

 

Foto: Charles Douglas

 

Após homenagens, o cantor pernambucano faz referências a um outro ídolo, David Bowie, e apresenta a música “Poeira de Estrelas”, claramente uma letra feita para o cantor americano. Uma de suas mais conhecidas músicas, “Amor Marginal”, presente em seu primeiro disco, é recebida de forma calorosa e “sofrida” pelo público. 

 

Meu amor
Me faça acreditar,que tudo é possível
Pois eu temo que não
Amanheça, se você se for
Respirando mágoas
De uma outra dor
Do nosso caso imoral
Desse amor
Desse amor marginal eu vou

 

As mulheres também receberam homenagem de Johnny. Com um discurso de empoderamento e liberdade, “Boato”, que diz “E no entanto me assumo, me jogo, me arrisco de fato. Maldizem meu nome. Boato.”. Continuando com o mesmo discurso de superação, a música “Eu Não Sou Seu Lixo”, que é um grito do cantor em relações passadas, praticamente uma resposta à “Alma Sebosa”, presente em seu primeiro disco. 

 

Quase no fim do show, Hooker inicia mais um pequeno discurso político que é continuado pelo público, recebendo assim a música “Escandalizar’, que também segue a mesma linha de liberdade e aceitação do cantor pernambucano. 

 

“Flutua”, parceria de Johnny Hooker com Liniker, é a escolhida para encerrar o show de quase duas horas. A música é extremamente bem recebida pelo público e sua letra trata sobre a aceitação do amor, independente de sua ideologia de gênero. 

 

Apresentações versáteis como a de Johnny Hooker são encantadoras. O artista é capaz de transitar em qualquer dos estilos e isso eu já havia percebido em seus dois álbuns. Agora, após assistir, pela primeira vez, ao vivo, confirmei o quanto é talentoso. Tive o prazer de conversar com ele, momentos antes do show, e registrei tudo para o nosso canal, no YouTube! Em breve, a entrevista vai estar lá!

 

 

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Charles Douglas
Virginiano, metropolitano de Ibirité, mas com a vida construída em BH, jornalista recém formado e apaixonado pelos rolês culturais da capital mineira. Está perdido no mundo da internet desde quando as comunidades do Orkut eram o Culturaliza de hoje. Quando não está com a catuaba nas mãos, pelas ruas de Belo Horizonte, está assistindo SBT ou desenhos no Netflix.