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Poetiza BH: Construção

Você vai me atravessar
Talvez nem olhe
Passará as mãos em mim
Por vezes
Quase sempre
Ignorará até minhas feridas
Caídas
Decaídas de mim após uma madrugada de amor
Porque também amo
Calada
E por vezes aprisionam-me certas paisagens
Em outras tocam-me fazendo o que querem
Abusos e uivos
Salivas que beijam
Normalmente às noites
Onde o silêncio abafa meu pranto
Mas eu acolho
Recebo
Úmida no verão
Fria no outono
E ardendo quando bem tocada
As canções que faço
São letras que me foram escritas
Ao acaso
Para marcar território
Sou toca de desvalidos
E me desfaço de ego
Sou amor que deixa passar
Enquanto a poesia é meu tempo
Muitas vezes você sequer sentirá que eu também passo por você…

Poema de Bernardo Nogueira

Foto: Wagner Correa

Instagram: Café de Imagens

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