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Crônica: Metropolitanos privilegiados?

Já percebeu que sempre há alguém “mais importante” que o outro alguém? “Mais importante” entre aspas, porque, teoricamente, ninguém é mais importante que ninguém, mas sim, privilegiado. É o que acontece com muitos metropolitanos de Belo Horizonte.

 

O fato de ter um simples “metrô” ou um Move já é um diferencial e tanto, né?! A facilidade de locomoção torna-se um “privilégio” tão espetacular que até se esquecem que não são cidadãos da capital e, por isso, se vêem no direito de rirem dos demais metropolitanos que não usufruem do mesmo “privilégio”.

 

Os metropolitanos desprivilegiados que só contam com os sofridos ônibus vermelhos, que estão fora do Vetor Norte e que não são Contagem, são horrorosamente criticados devido à sua falta de, mais uma vez, “privilégio” de locomoção. Sim, o metrô é lindo e corta todo o trânsito, mas anda quase sempre cheio e, dependendo onde quer ir, não colabora tanto assim. Sim, o Move é lindo e refrescante, mas não deixa de ser um busão com as mesmas situações corriqueiras que um frequentador do vermelhinho enfrenta, incluindo aquela chata baldeação nos terminais.

 

Mas nem tudo está perdido. Existem metropolitanos desprivilegiados que é privilegiado e que, automaticamente, ganham o direito de críticas graças à sua posse de privilégio. Vulgo aquele que possui seu próprio meio de locomoção.

 

O que os metropolitanos e até mesmo os belo-horizontinos esquecem é que estão todos sujeitos ao caótico trânsito de BH. Como eu! Atual refém de um engarrafamento, que colaborou para a escrita desta crônica.

 

Toda terça, uma crônica, com um relato metropolitano… 

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Charles Douglas
Virginiano, metropolitano de Ibirité, mas com a vida construída em BH, jornalista recém formado e apaixonado pelos rolês culturais da capital mineira. Está perdido no mundo da internet desde quando as comunidades do Orkut eram o Culturaliza de hoje. Quando não está com a catuaba nas mãos, pelas ruas de Belo Horizonte, está assistindo SBT ou desenhos no Netflix.