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Crônica: Ser Metropolitano

Quer um motivo para reclamar? Viva na região metropolitana de Belo Horizonte! Um metropolitano tem todo o direito às reclamações, pois, é ele que acorda cinco horas antes do horário previsto para bater o ponto, é ele que enfrenta filas gigantes para embarcar no ônibus, que, na maioria das vezes, está superlotado e com uma passagem altíssima. O metropolitano é “obrigado” a descer do coletivo, justamente após ter conseguido, com muito custo, um lugar para aconchegar-se; isso porque é preciso pegar um outro ônibus, que possivelmente, estará lotado novamente.

 

Ser criticado pelas pessoas que moram na capital, já faz parte da rotina diária de um metropolitano. Viver em uma região metropolitana, principalmente na de Belo Horizonte é pior que viver em uma cidade do interior. Morando no interior, você tem a certeza de que está longe da capital, e que para chagar até lá, possivelmente, algumas horas de sua vida serão gastas. As pessoas que moram nessa grande região metropolitana são iludidas pelos poucos quilômetros que separam sua casa da capital.

 

Algo que um metropolitano nunca deve fazer é se sentir alguém que vive na capital. Digo isso por experiência própria. Metropolitano de verdade sai de casa com todos os horários de ônibus memorizados ou anotados em algum lugar, isso, claro, se não tiver um carro, o que, com certeza, transforma-o em um metropolitano diferente. O metropolitano sempre tem o tempo da viagem do ônibus calculado, se não tem, uma hora da vida terá que fazer.

 

Uma viagem no tradicional ônibus vermelho pode render boas histórias; durante as horas é possível conferir placas inusitadas, escutar conversas de diversas, comprar água, doces, canetas e ouvir pregações cristãs; você pode também aproveitar esse momento tedioso para repor as horas de sono que perdeu ou, até mesmo, ler livros, revistas, jornais, ou, por que não, esta crônica?!

 

Toda terça, uma crônica, com um relato metropolitano… 

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Charles Douglas
Virginiano, metropolitano de Ibirité, mas com a vida construída em BH, jornalista recém formado e apaixonado pelos rolês culturais da capital mineira. Está perdido no mundo da internet desde quando as comunidades do Orkut eram o Culturaliza de hoje. Quando não está com a catuaba nas mãos, pelas ruas de Belo Horizonte, está assistindo SBT ou desenhos no Netflix.